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1 de abr. de 2015

Ptolomeu

Ilustração barroca de
Cláudio Ptolomeu
(http://en.wikipedia.org/wiki/
Ptolemy
)
Muito do que sabe-se da astronomia grega veio através de Cláudio Ptolomeu (100 - 170), cujo tratado em astronomia de 13 volumes, o Almagesto*, compilou as proezas de seus predecessores. Mas ele é mais conhecido pelo avanço na primeira teoria geral da cosmologia, o estudo da estrutura e movimentos do universo, apesar de seu trabalho pegou muito de talvez o maior astrônomo grego, Hipparcos. Seu modelo geocêntrico explicou tanto a estrutura conhecida do universo (essencialmente sete "planetas") e como esses planetas movem-se através do espaço.

Fonte: Stephen's Hawking Universe - Cosmological Stars (BBC/PBS)

*Nota do Tradutor¹: Almagesto significa grande tratado.

Universo estacionário

Proposto em 1948 por Hermann Bondi, Thomas Gold e Fred Hoyle, a teoria do estado estacionário era uma extensão de algo chamado princípio cosmológico perfeito. Basicamente propunha que o universo era essencialmente o mesmo em qualquer ponto nele e em qualquer tempo. (Isso é aplicável apenas à uma grande escala, obviamente, planetas, estrelas e galáxias são diferentes do espaço entre elas.
Obviamente, para o universo parecer o mesmo durante todo o tempo, não poderia haver um início ou um fim. Essa ideia entrou em ressonância com acordes filosóficos de vários cientistas, e assim, a teoria do estado estacionário ganhou muitos aderentes nas décadas de 1950 e 1960. Como poderia o universo continuar a parecer o mesmo quando observações mostravam que ele estava expandindo ? O que poderia estar diluindo seu conteúdo ? Partidários dessa cosmologia balancearam a sempre decrescente densidade que resulta da expansão por uma hipotética matéria criada do nada. A quantidade necessária era indetectavelmente pequena, algo como poucos átomos para cada milha cúbica por ano.
A teoria do estado estacionário começou a decair na década de 1960. Primeiro, os astrônomos descobriram os quasares, os grande núcleos luminosos em galáxias distantes. Devido a maioria dos quasares residirem, em sua maioria, em galáxias distantes, sua existência prova que o princípio cosmológico da perfeito não poderia ser verdadeiro: as distantes galáxias, e portanto, as mais antigas, não são iguais as mais novas que estão próximas. O ressoar do sino de funeral* para a teoria ocorreu quando os radio astrônomos Arno Penzias e Robert Wilson descobriram microondas cósmicas de fundo, um resto de radiação do Big Bang. O estado estacionário não teve forma de explicar essa radiação e lentamente apagou-se como muitas outras teorias predecessoras.
 

  Fonte: Stephen's Hawking Universe - Strange Stuff Explained (BBC/PBS)

*Nota do Tradutor¹:  traduzido da expressão "death knell" - expressão usada para o som de um sino ressoando solenemente em um funeral.

31 de mar. de 2015

Buracos de Minhoca

Um raio de luz atravessando um caminho entre dois
pontos em um plano espaço-temporal curvado pode
 levar mais tempo para completar o
caminho do que uma nave
espacial hipotética que usa um buraco de minhoca
como um atalho entre as duas regiões
distintas do espaço-tempo.
Apesar de parecerem apenas mero material de ficção científica do que um fato científico, os físicos tem sonhado com a ideia de um buraco de minho (ou buraco de verme). Em 1935, Albert Einstein e Nathan Rosen perceberam que a relatividade geral permitia a existência de pontes, originalmente chamadas de pontes Einstein-Rosen, atualmente apelidadas de buraco de minhoca. Esses tubos espaço-temporais atuam como atalhos conectando duas regiões do espaço-tempo. Viajando-se através de um buraco de minhoca, você poderia viajar entre duas regiões mais rápido do que um radio de luz seria capaz se ele estivesse-se movendo através do espaço-tempo normal. Assim como qualquer modelo de viagem mais-rápida -que-a-luz, buracos de minhoca possibilitam a viagem no tempo.
Até recentemente, teóricos acreditavam que buracos de minhoca poderiam existir apenas por um curto período de tempo, e qualquer um que tentasse atravessar iria cair em uma singularidade. Mas cálculos mais recentes mostram que um verdadeiramente avançada civilização poderia fazê-los funcionar. Isso ocorreria pelo uso do que os físicos chama de "matéria exótica", a qual possui energia negativa*, assim, a civilização poderia prevenir que o buraco de verme entrasse em colapso sobre ele mesmo. Material de ficção científica, sem sombra de dúvidas. Mas talvez, em algum dia no futuro, isso possa tornar-se uma realidade científica.


Fonte: Stephen's Hawking Universe - Strange Stuff Explained (BBC/PBS)
* Nota do Tradutor¹: efeito antigravitacional

30 de mar. de 2015

Matéria Escura Quente e Fria

Matéria escura é invisível. Baseado no efeito de lente
 gravitacional, um anel de matéria escura foi detectado
nessa imagem de um aglomerado de galáxias
(CL0024+17) e foi representado em azul.
(http://en.wikipedia.org/wiki/Dark_matter)
A temperatura da matéria escura é a medida de quão rápido a partícula realiza seu movimento, com quente referindo-se à partículas que movem-se próximo à velocidade da luz (neutrinos, por exemplo) e frio para partículas movendo-se mais lentamente que isso. O destino do universo depende em quanta matéria escura existe: mais matéria escura significa que o universo irá entrar em colapso, enquanto menos matéria significa um universo em indefinida expansão, não interferindo nisso se a matéria escura é quente ou fria. Esse conceito, porém, possui um papel crucial na compreensão da formação das galáxias. Se toda a matéria escura do universo inicial era fria, as galáxias poderia ter formado-se primeiro e depois congregado-se em aglomerados. Entretanto, grandes vazios e grandes estruturas observadas por astrônomos não teriam se desenvolvido. Se toda matéria escura fosse quente, galáxias teriam formado-se muito tarde para que fosse possível explicar observações de objetos como quasares. As observações mais recentes e simulações de computador tendem a apontar em direção a um universo com uma mistura de ambos os tipos de matéria escura.

Fonte: Stephen's Hawking Universe - Strange Stuff Explained (BBC/PBS)

Isaac Newton

Newton retratado por Godfrey
Kneller, 1689 (com 46 anos de idade)
(http://pt.wikipedia.org/wiki/
Isaac_Newton
)
Certamente um dos maiores cientista que já viveu, Isaac Newton (1642-1727) teve um profundo impacto na astronomia, física e matemática. Nascido prematuramente e após a morte de seu pai, Newton teve uma infância difícil. Sua mãe casou-se novamente quando ele tinha apenas três anos, e ele foi enviado para viver com seus avós. Após a morte de seu padastro, sua mãe o trouxe de volta para Woolsthorpe no condado de Lincoln, onde ela queria que ele se torna-se um fazendeiro. Um tio, porém, reconheceu talentos acadêmicos no garoto, e eventualmente, enviou-o ao Trinity College em Cambridge.
Muitas de suas grandes ideias surgiram em 1665-66, quando gastou seu tempo em Woolsthorpe enquando Cambridge estava fechada devido uma epidemia de peste negra. Entre suas principais proezas, estão a invenção de um telescópio reflexor, o design básico por trás de todos os grandes telescópios usados hoje; a invenção de um ramo da matemática chamado Cálculo, uma ferramenta crítica para a ciência; elucidação das três leis da mecânica; e o desenvolvimento da lei da gravitação universal. Até o surgimento da relatividade geral, no século 20, as teorias de Newton foram a base de todos os modelos cosmológicos. Durante a metade de seus vinte anos, ele foi nomeado Professor Lucasiano de Matemática na Cambridge, posto que era ocupado por Stephen Hawking.

Fonte: Stephen's Hawking Universe - Cosmological Stars (BBC/PBS)

Movimento planetário

Qualquer sagaz observador do céu noturno logo perceberá que vários objetos comportam-se de forma diferente do resto. Enquanto a maioria dos pontos de luz permanecem fixados em relação uns aos outros, retornando ao mesmo ponto ano após ano, alguns planetas (da palavra grega 'viajante') movem-se de forma complexa. A maioria viaja de oeste para leste em relação a estrelas fixas, mas ocasionalmente param e revertem sua direção por alguns meses antes de retornar para sua locomoção oriental. Entender como os planetas movem-se era uma questão central na cosmologia na época que se pensava que os planetas eram os componentes da maior parte do universo.
Leis de Kepler ilustradas em um modelo
com dois corpos em órbita.
(http://en.wikipedia.org/wiki/
Kepler%27s_laws_of_planetary_motion
)
O trabalho de explicar esses movimentos diferentes recaiu sobre Nicolau Copérnico e Johannes Kepler. Copérnico deduziu corretamente que o sol residia no centro do sistema solar. Como um corredor rápido vendo seus concorrentes, a Terra via planetas externos mais lentos em uma posição mais atrás enquanto estávamos prontos para ultrapassá-los, eles então retornavam para sua direção normal de movimento (observação do movimento relativo por um observador na superfície da Terra). Kepler refinou essa imagem pela demonstração de que todos os planetas movem-se em órbitas elípticas e as velocidades variam com sua distância em relação ao Sol.
 
Fonte: Stephen's Hawking Universe - Strange Stuff Explained (BBC/PBS)

Universo Inflacionário

A teoria do Big Bang faz um excelente trabalho em descrever o universo que vemos hoje: ela explica a expansão do universo, prediz corretamente a abundância de hidrogênio e hélio (elementos mais comuns no universo), e também explica a radiação cósmica de fundo. Poucos cientistas questionam sua validade.
Apesar de seus sucessos, o modelo padrão da teoria do Big Bang era muito simples para ser completo. Por exemplo, ele não explica qual o motivo da temperatura da radiação de fundo permanecer extraordinariamente constante sobre todo o céu, não variando por mais que uma parte em 100.000. No modelo padrão do modelo do Big Bang, os constituintes do universo primordial não poderiam interagir entre si, então não há forma de todos eles atingirem a mesma temperatura. Outro problema é que o universo parece quase plano, existindo sobre a tênue linha entre aberto e fechado. No modelo padrão do Big Bang, a única forma de explicar essas observações é tendo o universo começado com uma temperatura uniforme e em uma densidade crítica.
Em 1980, o físico americano Alan Guth idealizou uma forma de contornar esses problemas. Ele teorizou que pouco após o Big Bang (10⁻³⁵ segundos ou 100 bilhões de trilhões de bilionésimos de segundo, para ser exato), o universo submeteu-se a um período extraordinariamente rápido de expansão, inflando seu tamanho por um fator de 10⁵⁰.
Uma explosão extraordinária de expansão nos estágios iniciais do
universo inflou para o tamanho do cosmos em um fator de 10⁵⁰.
Isso contrasta com o modelo padrão do Big Bang, no qual o universo
expande em uma data sempre decrescente à medida que a
gravidade tenta colocar tudo de volta no mesmo ponto.
Antes do período inflacionário, os constituintes do universo poderiam estar em contato um com o outro, então eles poderiam ter chegado à mesma temperatura. E a rápida inflação poderia ter feito a expansão do universo parecer muito plana, na mesma forma que um balão é inflado por um fator tão grande que poderia lembrar as Grandes Planícies. A inflação acabou em 10⁻³ segundos após o Big Bang, e desde então, o universo tem expandido como o modelo padrão do Big Bang.
Guth baseou seus argumentos nas Grandes Teorias Unificadas, ou GUT (Grand Unified Theories), que unem gravidade, eletromagnetismo e forças nucleares forte e fraca em uma. Essas teorias predizem que o universo resfriou-se após o Big Bang, e que as forças separaram-se em suas identidades no que é chamado transição de fase. A água submete-se a uma transição de fase similar quando converte-se em gelo com a queda de temperatura. Se as condições forem adequadas, você pode supercongelar a água, à temperaturas inferiores ao ponto de congelamento, sem formação de gelo. Se o universo comportar-se de forma similar, então o espaço pode ter um excesso de energia que atua contrariamente à gravidade, orientando a inflação.


Fonte: Stephen's Hawking Universe - Strange Stuff Explained (BBC/PBS)

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