A teoria do Big Bang faz um excelente trabalho em descrever o universo que vemos hoje: ela explica a expansão do universo, prediz corretamente a abundância de hidrogênio e hélio (elementos mais comuns no universo), e também explica a radiação cósmica de fundo. Poucos cientistas questionam sua validade.
Apesar de seus sucessos, o modelo padrão da teoria do Big Bang era muito simples para ser completo. Por exemplo, ele não explica qual o motivo da temperatura da radiação de fundo permanecer extraordinariamente constante sobre todo o céu, não variando por mais que uma parte em 100.000. No modelo padrão do modelo do Big Bang, os constituintes do universo primordial não poderiam interagir entre si, então não há forma de todos eles atingirem a mesma temperatura. Outro problema é que o universo parece quase plano, existindo sobre a tênue linha entre aberto e fechado. No modelo padrão do Big Bang, a única forma de explicar essas observações é tendo o universo começado com uma temperatura uniforme e em uma densidade crítica.
Em 1980, o físico americano Alan Guth idealizou uma forma de contornar esses problemas. Ele teorizou que pouco após o Big Bang (10⁻³⁵ segundos ou 100 bilhões de trilhões de bilionésimos de segundo, para ser exato), o universo submeteu-se a um período extraordinariamente rápido de expansão, inflando seu tamanho por um fator de 10⁵⁰.
Guth baseou seus argumentos nas Grandes Teorias Unificadas, ou GUT (Grand Unified Theories), que unem gravidade, eletromagnetismo e forças nucleares forte e fraca em uma. Essas teorias predizem que o universo resfriou-se após o Big Bang, e que as forças separaram-se em suas identidades no que é chamado transição de fase. A água submete-se a uma transição de fase similar quando converte-se em gelo com a queda de temperatura. Se as condições forem adequadas, você pode supercongelar a água, à temperaturas inferiores ao ponto de congelamento, sem formação de gelo. Se o universo comportar-se de forma similar, então o espaço pode ter um excesso de energia que atua contrariamente à gravidade, orientando a inflação.
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