O Sol era o centro do universo de Copérnico, sendo circundado por Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno. |
No modelo copernicano centrado no sol (heliocêntrico) do cosmos, os planetas ocasionalmente movendo-se para trás, ou retrogradamente, foram explicados pela combinação dos movimentos da Terra e dos planetas. Como a Terra orbita em torno do sol em uma órbita mais rápida, periodicamente ela ultrapassa os planetas mais externos. Como um corredor mais lento em uma faixa mais externa, os planetas mais distantes pareciam ser deixados para trás em relação ao cenário de fundo.
O modelo copernicano também explica porque os dois planetas mais próximos ao sol, Mercúrio e Vênus, nunca vagueiam para longe do sol nos céus. E isso permitiu Copérnico calcular a escala aproximada do sistema solar pela primeira vez. Isso não quer dizer, necessariamente, que o modelo de Copérnico não possui problemas: ele ainda estava agarrado à ideia que os planetas moviam-se em órbitas circulares à velocidades constantes, como Ptolomeu, ele fez uma gambiarra de círculos com círculos dentro para predizer a posição dos planetas com razoável precisão.
Apesar da verdade básica de seu modelo, Copérnico não provou que a Terra movia-se ao redor do Sol. Isso foi deixado para astrônomos posteriores. A primeira evidência direta veio das Leis da Mecânica de Newton, que diziam que quando um objeto orbitava um outro, o objeto mais leve moveria-se mais que o objeto mais pesado. Devido o sol ser 330.000 vezes mais pesado que a Terra, nosso planeta deveria estar fazendo quase todo o movimento. Uma observação direta do movimento da Terra veio em 1838, quando o astrônomo alemão Friedrich Bessel mediu um pequeno deslocamento, ou paralaxe, de uma estrela relativamente próxima às estrelas mais distantes. O pequeno desvio refletiu nosso planeta mudando seu ponto de vantagem à medida que orbita o sol durante o ano.
Fonte: Stephen's Hawking Universe - Strange Stuff Explained (BBC/PBS)